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Uma pequena reflexão pessoal de onde estou depois de quase um ano em turbulência:
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Os registros amadores foram realizados na cidade de Boa Vista, Roraima, Brasil.
As escolas tiveram as aulas presenciais suspensas a partir do dia 17/03/2020, e passaram a adotar o sistema de ensino remoto. Foi um momento de dificuldades, preocupação, aprendizados e ansiedades por parte dos profissionais de educação.
Os cinemas tiveram as suas atividades suspensas, sendo que o mais antigo da cidade, o Super K, ainda não reabriu, mesmo com a flexibilização para as atividades comerciais.
Não está fácil, mas sigamos vivendo um dia de cada vez em luto, em orações, apoios, alegrando com os que se alegram, chorando com os que choram.
Os autorretratos foram realizados para serem enviados à igreja e à escola.
Olhem para o céus.
Creia, você não está sozinho!
Um abraço querido.
Deus abençoe você.
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QUAIS SÃO AS SUAS MEMÓRIAS A RESPEITO DA PANDEMIA DA COVID-19?
POR MEIO DESTA PERGUNTA INICIAMOS A ATIVIDADE QUE CONSISTIU EM CONVIDAR ALUNOS E ALUNAS A ELABORAR TEXTOS, VÍDEOS, POEMAS, MÚSICAS OU FOTOGRAFIAS SOBRE A SUA VIDA DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19 NO ANO DE 2020.
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O OBJETIVO ERA REVELAR QUE TODOS NÓS ESTAMOS SENDO AFETADOS, DE FORMA DIRETA OU INDIRETA, PELA A PANDEMIA DO COVID-19 E, COM ISSO,
ESTIMULAR EMPATIAS, SOLIDARIEDADES, APRENDIZADOS E REFLEXÕES SOBRE A VIDA.
ESTE VÍDEO FOI APRESENTADO NA I MOSTRA VIRTUAL PROMOVIDA PELO CENTRO ESTADUAL DE FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO DE RORAIMA (CEFORR).
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Charge sobre vacina
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Meu nome é Namir Martins e eu moro na Alemanha há 30 anos. Tudo mudou muito com o corona-vírus. Sou professora de música em uma Escola Waldorf e regente de um coral brasileiro na minha cidade. O vírus me impediu, e impede até hoje, de fazer o que é o ponto central do meu dia a dia: cantar! Os ensaios do coral da cidade tiveram de ser interrompidos e com certeza ainda não poderemos recomeçar no início de 2021. Concertos e contatos com outros grupos, nossos encontros, nada disso aconteceu, principalmente depois da segunda onda. Com os meus alunos não foi possivel cantar também. Nossa viagem com apresentações teve que ser cancelada. Tive de dar aulas usando máscara, o que é muito cansativo! Talvez a escola não abra depois das férias de natal e eu terei de dar aulas virtuais. O trabalho de resistência política dxs brasileirxs no exterior foi interrompido. Não podemos ir mais à rua protestar contra o governo fascista do tosco que senta ainda na cadeira da Presidência da República! As manifestações foram proibidas, com o aumento da pandemia.
Apesar de todas essas reduções, consegui montar um esquema para meu dia a dia. Muitos encontros, conversas, discussões e conferências foram resolvidas pelo Zoom! Tive mais tempo para sentar no piano e tocar, para atividades interessantes que eu tinha deixado para trás. No entanto, espero que tudo volte o mais breve "à normalidade", se possivel. Poder visitar e dar um abraço nos amigos, sentar em um café para bater papo, ir ao restaurante, poder viajar. E o mais importante: não precisar usar máscara!
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Fui colher alface ao sol a pino. Aquelas grandes flores verdes claras no meio da terra eram a textura fina e fresca desejada, formavam lençóis macios sobre a terra, como se, caso pisasse em suas folhas, não as fosse amassar, mas ser acolhida e abraçada umidamente.
Vejo as maiores para coletar e, ao colher a segunda e última, corto seu talo leitoso e a recolho em meus braços, abrindo vista para uma penugem preta, macia, brilhosa, em um pequeno volume calmamente repousado, aconchegado à terra regada e, antes, debaixo daquelas folhas que havia recolhido, à sombra dos lençóis verdes e acolhedores. Um pássaro, preto, macio e fresco, descansava em seu leito, aparentemente, cuidadosamente escolhido de forma a preservar sua vividez. Logo eu, que sou tão sensível à morte, me vi diante daquela imagem estática e vibrante, tomada por emoção e beleza e pensava que, se pudesse escolher uma morte calma e bela, seria repousar por entre alfaces brevemente regadas, à sombra do frescor do brotamento.
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Deixo aqui um pequeno relato das minhas angustias e frustrações, frutos o corona deixou como herança nesse 2020. Os planos que essa pandemia retardou, ou destruiu e a esperança de renovação que a vacina e o novo ano de 2021 nos traz.
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Dancei bastante no início da pandemia como forma de meditação, me sentir viva e presente no meu corpo
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Sobre o boom das lifes no Instagram e as novas opções para artistas
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No dia 7 de dezembro, a Inglaterra começou a vacinação contra o corona vírus.
No Brasil, não temos previsão de vacina. Voltamos a ter mais de 600 mortes em um único dia. No Rio de Janeiro, os órgãos responsáveis avisam que não há leitos para internação por corona vírus nas redes públicas e privada. Santa Catarina e Rio Grande do Sul anunciam volta da bandeira vermelha. São Paulo volta à fase azul. Pernambuco e Ceará anunciam segunda onda.
Enquanto isso, Bolsonaro inaugura uma exposição com as roupas usadas por ele e por sua esposa na posse em evento em Brasília.
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Enquadrando umas coisas bonitinhas na rotina de isolamento, porque ninguém aguenta só pensar "o bocó do meu presidente é diretamente responsável pela morte de quase 200 mil brasileiros" o tempo inteiro.
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Lucas Morais, um jovem negro de 28 anos, morreu após contrair o novo coronavírus na unidade prisional de Manhumirim, em Minas Gerais. Respondia por tráfico de drogas, mesmo portando menos de 10 gramas de maconha quando foi preso. Foi condenado a cinco anos e três meses de prisão, não teve o direito de responder ao processo em liberdade. Sua defesa ingressou com três recursos pleiteando a sua liberdade, mas todos foram indeferidos pela Justiça. Lucas não é um caso isolado da "gripezinha" que assola o decadente e insustentável sistema de justiça criminal.
Lucas Morais, presente.
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Nasci em 1989, na Alemanha. Fui criada por pais com uma perspectiva bastante crítica perante à vacinação. Fui vacinada pela primeira vez somente com 6 anos porque era obrigatório na escola que iria frequentar. Depois vieram mais algumas, mas nunca dei muita importância também, perdi meu caderno de vacinação muito cedo.
A pandemia mudou completamente minha visão sobre a vacinação. Fui me informar e vacinar durante a pandemia, coisa que não fazia há muito tempo! Nunca achei que pensar em tomar uma vacina contra um vírus, ia me deixar tão empolgada. Fico pensando na liberdade dos encontros no futuro, uma aglomeração em um show ao vivo, todo mundo vacinado, seguro e feliz, sem medo. Um sonho.
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Até queimar
Cansei de ser pacífico
Nesses mares a gente só apanha
E vira o vício do sistema
Não dá nem pra um início de poema
Catorze anos
No meio de uma pandemia
O amor arrancado da noite pro dia
Os racistas
Os fascistas
A casa grande chocada
Com medo que o fogo se alastre do porão
E vá pro seu apartamento tipo casa
Tipo senzala no Leblon
Na favela tem tiro, munição
E golpe de estado todo dia
Aquelas máscaras brancas que Fanon dizia
Não protegem do corona tiros
Mata, atrofia
A vacina só quem tem acesso
É quem tem herança
Quem nasceu alvo, tipo branco
E não alvo de matança
Histórico genocídio
Que eu tô aqui pra botar o dedo
E se tiver um isqueiro em mãos
Melhor ainda
Que eu sinto o fogo que os racistas
Vão sentir na língua
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Se existisse um guia destes no tempo atual, eu já o teria lido e feito anotações e indicado aos amigues. "Como sofrer à distância" seria um livro com 3 volumes e seria dessa forma:
1. Como manter relacionamentos à distância
2. Como sofrer à distância
3. Como enlouquecer à distância
Eu leria os três sem problemas nenhum!
Com essa globalização que o século XX trouxe, e aqui eu comento sem fazer muitas críticas (por que eu as tenho), nós nos tornamos seres muito mais móveis, podemos viajar e ir para diversos lugares de longos caminhos, mas a forma de amar ainda é das antigas porque amar está conectado com o carinho e o abraço e nada substitui o abraço. O abraço é feito de braços, cheiro, calor, batidas do coração e ternura. Nenhuma inteligência artificial, virtual e de não sei quantos “Gs” conseguiu substituir algo tão simples e complexo como o abraço. Por isso, se houvesse um manual, um guia de como sofrer à distância, eu iria lê-lo e com certeza esse seria o primeiro volume. Afinal, com certeza, encontraria esse capitulo lá – Ficando sem o abraço dos amigos, das pessoas e dos amores que foram, ou que ficaram.
O segundo volume trataria com certeza da “bendita” mobilidade. E seu primeiro capítulo seria – Como encarar a mobilidade e suas trapaças. Digo trapaças por que a mobilidade – globalização - do século XX e XXI também não foi capaz de sanar dois problemas básicos causados pela “modernidade” : a desigualdade social e as pandemias. Muito pelo contrário, a globalização impulsionou ainda mais o desenvolvimento destes dois fatores sociais. Os países pobres se tornaram ainda mais dependentes e abandonados e as “doenças” territoriais se tornaram quase que armas de genocídio contra os mais pobres. A pandemia de antes e de hoje nos mostrou isso.
O advento da mobilidade “moderna” levou doenças desconhecidas para as Américas causando a morte de milhões de pessoas. Quinhentos anos depois, a história se repete, e os que morrem não têm o perfil muito diferente daqueles que morreram no passado, são os mesmos “indesejados pela modernidade”. Se não morrem com a doença, morrem com a fome que ela causa.
Portanto, o terceiro volume do guia seria - Como não enlouquecer à distância. Afinal, quando se está longe e aqueles que amamos estão próximo do perigo, apenas a ansiedade se faz presente. A distância nos priva dos momentos positivos de consolo e nos entrega à amargura de ter que digerir tanto caos sozinha.
O Guia "Como sofrer à distância" seria um ótimo modelo de guia em formato E-book, teríamos ele em áudio, na versão infantil e com lápis de cor para a versão de colorir. Penso que esse guia poderia virar um bestseller, e ganhar até um Nobel...
Mas quem se atreveria a escrevê-lo? Quem conseguiria explicar essa dor, tão abstrata e latente… quem diria como são os abraços sem os braços?
Bem enquanto ninguém o escreve…
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Abatida pela demissão que chegou na pandemia, involuntariamente me reinventei. Peguei o meu tempo livre, o incômodo com a escancarada desigualdade social e transformei no primeiro “leilão de móbiles antifascistas”, para arrecadar dinheiro ao Fundo de Emergência a Pessoas Trans, promovido pela Casa Chama. Afinal, acredito em utilizarmos os nossos recursos que não são só financeiros para ajudar quem precisa do mínimo para viver.
Como disse Angela Davis, a comunidade trans “(...) nos ensina como desafiar tudo aquilo que é aceito como normal”. Portanto, foi a maneira que encontrei de desafiar a normalidade da miséria dessa população.
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Antes a correria era do escritório para casa. Agora é só casa.
As paredes parecem se estreitar em torno do meu corpo. Uma nova aliada tem me alegrado os dias, Frida, minha cachorrinha.
Os finais de semana de praia agora são de asfalto, ruas, janelas...
A vista do mar agora é a de uma cachorrinha na cesta da minha bicicleta. Esse é um novo horizonte. E cada dia que passa, isoladas até do lado de fora, encontramos na brisa do vento solitário a nossa nova vida e companhia de si.
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Hoje faz duas semanas que eu voltei para Recife. Me dei conta enquanto falava com uma amiga por videochamada, nos acompanhando à distância entre uma cerveja e um baseadinho.
Nesta carta, que talvez tu não chegues a receber, te conto um pouco do lado de cá do planeta. Tenho tido o imenso privilégio de poder escutar e ver o mar, e isso é uma das minhas maiores alegrias. Os dias em minha companhia têm sido mais tranquilos do que foram os primeiros da quarentena.
E, ao mesmo tempo que já parece uma eternidade, poderia dizer que passou muito rápido.
O tempo é algo especialista em nos causar essa sensação, não é?
Saí para caminhar na praia três vezes antes da proibição. Foram curtos passeios e já foi possível sentir outra atmosfera. Quase não se vê ninguém. Algumas pessoas fazendo caminhada com trajes esportivos ou não. Umas poucas pessoas (de se contar nos dedos) conversando bem perto como se não houvesse vírus algum.
Mas as cenas que mais me chamaram a atenção foram perto do mar. O silêncio inundava a tudo ali, e o som das ondas quebrando na areia era a principal parte daquele silêncio.
Poucas foram as pessoas com quem cruzei, mas todas traziam esse silêncio do mar nos olhos ou nos corpos. Um pequeno grupo sentava na sombra de um cajueiro observando tudo. Algumas poucas caminhavam na praia meio perdidas, parecendo à procura de algo.
Talvez eu mesma também estivesse assim, à procura do mar para ver se ele estava mesmo lá, ou procurando a mim mesma. Tive algumas conversas com o mar nesses passeios... Agradeci, rezei. Tenho descoberto meus modos de reza diário para sustentar-me nesse momento.
Cantar tem sido uma forma.
Lembro daquele passeio que fizemos uma vez... Foi uma noite muito especial, onde senti pulsante a magia da vida, do universo e a força da natureza da qual fazemos parte. A mata, a lua cheia, o rio, o fogo... (...) naquela noite também conversei, rezei e agradeci na beira do rio.
Memórias e pensamentos vão e vêm, levados pelo vento e trazidos pelo mar. Uma mudança muito grande tá para acontecer e não fomos avisados com muita antecedência para vestirmos nossas melhores roupas, esperarmos o momento. Ou quem sabe fomos sim avisadas, e mesmo sem saber já vínhamos nos preparando há tempos?
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Depois de quatro meses trancada em casa vivendo com mais três amigos, precisei me mudar. Nos primeiros quatro meses da pandemia, eu marcava todos os dias no calendário. Parei no centésimo dia. Então passei a tirar fotos diariamente da minha casa nova que era todo o espaço que eu tinha. Para tentar achar beleza no que estava ao redor, para ter um senso de concretude e realidade nos dias sempre iguais e feitos de ansiedade. As fotos são muito parecidas (moro em um apartamento pequeno), mas todas diferentes. Vi minhas plantas crescerem, meu gato se acostumar com a casa nova e olhar pela janela. Eu também comecei a olhar pela janela.
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VIVA A RESISTÊNCIA! é dificil ser pobre , parda , ser latinoamericana, sonhadora , ter um verme como presidente , trabalhar na saúde e viver uma pandemia.
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hoje a minha amiga levou a filha dela no trabalho , me lembrou tanto a minha mãe que é enfermeira e me levava pro trabalho ás vezes pra eu não ficar sozinha , no mesmo hospital que eu trabalho 20 anos depois , ver essa pequena lá hoje confortou meu coração e me fez lembrar de tantas coisas , eu quero guardar essa fotinha pra sempre no meu coração.
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Penso e pensei , sinto e senti muitas coisas nessa pandemia...mas estava dificil verbalizar , escrever , estava dificil traduzir pra frases concretas . Acredito e gosto muito daquele (estudo , teoria ou artigo) que fala sobre os cinco estágios da morte : 1)negação , 2)raiva, 3)barganha ,4)depressão e a 5 , a aceitação , creio que esses estagios se encaixam em vários setores da nossa vida , fim de relacionamentos , decepções com empregos e também com esta pandemia . Hoje , com 100 mil mortos por covid -19 , me lembro que estava com muito mais pânico quando tinha 300 mortos , não só eu mas uma parte da população e até alguns profissionais da saúde , e o medo não diminui devido a maiores informações sobre o vírus apenas , mas as pessoas se acostumaram a viver assim , alguns normalizaram a morte e outros nunca se importaram com ela. Quando eu escutava nas aulas de história , eu me perguntava como as pessoas viviam suas vidas enquanto uma guerra acontecia em seu território , mas sim , as pessoas continuam batendo o crachá , elas ainda conversam com seus colegas e ainda conseguem rir . Assim como as paixões , os inicios são de euforia , são de grande intensidade , no começo o medo foi maior , a restrição maior , a decepção maior , o cuidado maior , as doações , os aplausos na janela e como toda paixão a intensidade vai se diminuindo com o tempo.
A raiva tomou conta da negação que era acreditar que isso acontecia de verdade , que não era um sonho , um episódio de black mirror ou uma fanfic de algum nerd , raiva dos governantes que assassinam sem nem precisar dar um disparo , dos negacionistas que você fica em dúvida se são ignorantes ou pessoas de má indole , raiva do descaso e da falta de bom senso.
A barganha na verdade aconteceu pra mim no inicio quando na minha imaginação tudo iria voltar ao normal em 3 meses , que era um boom estrondoso e passageiro , que em breve eu iria estar com meus amigos no bar falando: ''nossa e aquela pandemia que aconteceu meses átras'' , hoje já não consigo imaginar as pessoas sem mascaras em dezembro.
A depressão vem de diversas formas para diversas pessoas , para uns vem em forma de irritação , outros isolamento , e para alguns uma espécie de catatonismo , para mim ,essas formas oscilavam...dependendo do dia, da semana e da pessoa que eu conversava.
Passados alguns meses , voltei a passar com a psicologa , voltei a escrever mais , retornei a um hobby antigo que é o de fotografar coisas e pessoas (gosto de deixar coisas para a posteridade) , esses dias peguei um onibus da minha casa até a da minha mãe , e saí fotografando...voltei a estudar com mais dedicação. Uma amiga essa semana , me chamou pra ir no bar beber cerveja , aaaaah eu que sempre amei cerveja , disse que não poderia ir porque ainda me sinto preparada pra sair e er gente, ás vezes me pergunto se estou deprimida ou se apenas acostumei a ficar em casa , mas me sinto aquele paciente adulto que um dia feliz chega em mim e fala: consegui ficar em pé , semana que vem a fisioterapeuta vai ver se eu consigo dar uns passos. Uma coisa de cada vez conforme eu ache que deva seguir .
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This is a poorly edited video of me and my mother washing eggs. We have the habit of buying eggs in cars that pass through the street, and due to the pandemic we wash them before storing it. In fact at the time of the video she is washing something else, but you can see she was washing the eggs before, since they appear in the background.
In the video I say "lavando ovos do corona" / "washing corona eggs" and my mother "lavando ovos"/"washing eggs".
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na saudade de fazer coisas simples como ; sair , beber, andar de bike , de abraçar , de cuidar sem medo , saudade de não ter medo , saudade de achar que sabe como será sua semana seguinte , de não ter que ficar monitorando tudo que eu toco , de quando meus problemas eram mais filosóficos do que sociais . Sera que vai ter leito se eu ficar doente ? Sera que a minha mãe vai ficar doente ? Sera que eu vou pegar alguma coisa se eu pegar nessa Barra do metrô? Nesse papel do pedinte do ônibus? Será que eu to respirando muito rápido ? Será?Será?Será? Vários ''serás'' que a gente tem refletido apenas consigo mesmo.
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Quando tudo começou aqui no Brasil e teve aquele comecinho de casos que saltou de 25 para 72 e foi indo 100 e na outra semana para 200 e ao mesmo tempo incessantemente na tv as noticias da Ítália com número diários de 700 mortes por dia , meu coração acelerou , tive medo por mim e pela minha mãe , nós somos profissionais da enfermagem , tive medo pelos que eu amo , sempre sonhei em viver muitas coisas na vida , trabalhar no futuro com causas humanitárias na minha área , eu lembro que quando tinha uns 15 anos e pensava em escrever um livro eu pensava : Nossa as gerações passadas viram guerras , ditaduras , epidemias , a minha geração não viu nada que entrará para a história . Naquele começo de pandemia aqui , senti muito mais medo do que orgulho , o orgulho que pensei que sentiria ao viver algo histórico e tão dificil. Passados 3 meses do inicio , já vivi vários sentimentos da pandemia , chorei no começo de medo , por saber o que viria , vi colegas de profissão que atuam na área há 20 anos com muito medo , me lembro que um dia desses , fui dormir na casa da minha mãe , eu tinha saído da casa 1 mês antes da pandemia , enfim fui dormir lá pra fazer companhia pra ela , me lembro que naquele dia sonhei com um primo que se matou uns 5 anos átras e recebi a noticia pelo celular pela minha mãe enquanto estava indo para estágio de enfermagem , eu não era muito próxima a ela mas senti muito , principalmente porque na época em que ele se matou eu estava com depressão , naquele sonho ele aparecia tão bonito , sorrindo , estava na cozinha da casa da minha mãe e ele falava que ia ficar tudo bem , foi tão real , acordei chorando e gritando e minha mãe falou pra eu ir pra cama dela , acabei indo , e ela me disse que sentia falta que eu morasse com ela. Eu poderia dizer que oficialmente a pandemia começou ali fortemente na minha vida, outro momento importante foi a aproximação que tive com minhas colegas de apartamento , estavamos morando juntas há 2 meses e não conversavamos direito , conheci suas histórias , um pouco delas , conheci um pouco da cultura delas , uma delas é chinesa e falou bastante de como é o país , eu ensinei girias do Brasil pra ela , outro momento foi o de visitar a minha mãe e ela me contar bastante sobre momentos da vida dela , coisa que não acontecia quando moravamos juntas , me lembro quando trabalhei na infectologia pela primeira vez e vi que os pacientes ficavam isolados em quartos , entrei para o leito para conhecer meu paciente e realizar os sinais vitais , era um senhor de uns 70 anos consciente e orientado mas tinha o covid e digamos que estava na fase leve, ele estava sózinho , o quarto não tinha tv , nem revista ou ao menos um celular , não sabia ler e nem escrever e não fazia nada naquele quarto , apenas o que tinha para fazer no quarto era olhar apara aquelas paredes amarelas, também teve o momento em que uma colega que trabalha comigo , que tomavamos café juntas , iamos juntas de metro , conversavamos o dia inteiro , e ela pegou covid , quando isso aconteceu deu mais um choque , eu trabalho na internação mas quando fui fazer plantão na uti, um setor que sempre tive vontade de trabalhar mas apenas consegui trabalhar agora porque tinha inúmeros funcionários afastados , aquele cenário com tanta gente entubada a minha volta , tantas bombas , mexeu muito comigo , outro momento foi a raiva de sair de alguns plantões e ver tanta gente fazendo churrasco , levando na brincadeira tudo que está se passando , tratando a quarentena como férias , enfim a covid me despertou muitos sentimentos. Hoje com 27 anos posso falar que minha geração viu bastante coisa , lutei contra uma depressão durante anos e venci , achei que essa seria a grande luta da minha vida , porém surgiu um presidente fascista e uma pandemia pra me contrariar , eu tive mais certeza que a vida das pessoas é composta pelas suas lutas coletivas e as lutas individuais , as pessoas sempre sofrerão só que em grau , intensidade e em volume diferentes.
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Pois é , é dificil parar pra pensar em como tudo mudou tão rápido , há uns 4 meses tava fervendo o carnaval e você se sentia uma sardinha dentro de uma lata , hoje a gente tem medo de sentar próximo de alguém no metrô , depois de uma semana você via pouquissimas pessoas na rua com mascara e os especialistas na tv ''as mascaras são apenas para quem está com covid'' , na outra semana ''mascara apenas para profissionais da saúde'' e do nada piscamos e todos estão de mascaras na rua , você vê criancinhas brincando , andando de bicicleta com uma mascara, você vê até os negacionistas usando , quando tudo começou eu pensava : ''ok , no máximo até maio tá tudo ok'' , hoje eu já penso :''no melhor das hipóteses será o ano inteiro assim'' , é louco pensar hoje o esquema é entrar em casa e sair correndo pro banho , não dá pra colocar a mesma roupa no guarda roupa , não dá pra usar o tenis pra pisar em casa , é uma separação de coisas que estavam na sua bolsa , toca uma coisa , usa alcool gel , toca naquela coisa e outra esborrifada de alcool gel , toca ali , alcool gel , quando eu tomo banho o meu óculos vai junto pro chuveiro , esses dias que reparei que há meses eu não tenho a minima vontade de me arrumar mais , passar um batom , um simples lápis , percebi que eu andei descabelada vários dias , tenho ido trabalhar e ás vezes durante o plantão me esqueço com qual roupa eu saí de casa , saudade de chegar em casa e sentar no sofá.
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As últimas atividades anotadas no quadro branco antes da suspensão das aulas no estado de Roraima, localizada na região norte ds Amazônia Legal, Brasil.
2 meses depois, permanecem inalterados.
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Sou brasileiro, natural do Recife e moro na cidade de Caruaru, Pernambuco. Tenho 39 anos. Sou casado com Maíra Ferreira (35), pai de Alice (1) e padrasto de Vinícius (14).
Em termos acadêmicos e profissionais, possuo licenciatura, mestrado e doutorado em História. Leciono na Escola Técnica Estadual/ Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco.
No momento em que escrevo, as autoridades do Brasil registram 14.034 infectados em todos os estados e 686 mortos. Pernambuco chegou aos 352 infectados e 34 mortos. As autoridades alertam que isso é só o início. Nas próximas semanas há possibilidade de colapso no sistema de saúde do país.
Minha família tem seguido as orientações do isolamento social. Estamos em casa há três semanas.
Meu cotidiano na quarentena tem seguido a seguinte rotina:
De segunda-feira à sexta-feira, leciono on-line para meus alunos. Também tenho trabalhado na escrita de um artigo científico, que pretendo publicar em breve.
Tenho lido dois livros: Hans Staden - duas viagens ao Brasil, do viajante alemão Hans Staden; Walden - a vida no bosque, do filósofo Henry Thoreau. Ambas as leituras estão sendo acompanhadas ao som de Bob Dylan, Robert Plant e Eddie Vedder.
Também pratico diariamente exercícios físicos. Moramos numa casa relativamente espaçosa, com jardim e quintal, o que me permite ter espaço para malhar com pesos e praticar movimentos da luta de capoeira. Inclusive, a prática da capoeira é acompanhada do berimbau, um instrumento musical.
Como disse, as coisas descritas acima fazem parte do meu cotidiano na quarentena. Por enquanto, estamos passando sem muita dificuldade, mas tenho ciência que a coisa pode complicar.
Rogo para que dias melhores surjam para a humanidade!
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Ein improvisiertes Liedchen über Quarantäne in drei Sprachen.
(engl./dt./ptg)
Lachen soll ja Gesund sein, singen übrigens auch.