Como sofrer à distância - Um Manual
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Título
Como sofrer à distância - Um Manual
Description
Se existisse um guia destes no tempo atual, eu já o teria lido e feito anotações e indicado aos amigues. "Como sofrer à distância" seria um livro com 3 volumes e seria dessa forma:
1. Como manter relacionamentos à distância
2. Como sofrer à distância
3. Como enlouquecer à distância
Eu leria os três sem problemas nenhum!
Com essa globalização que o século XX trouxe, e aqui eu comento sem fazer muitas críticas (por que eu as tenho), nós nos tornamos seres muito mais móveis, podemos viajar e ir para diversos lugares de longos caminhos, mas a forma de amar ainda é das antigas porque amar está conectado com o carinho e o abraço e nada substitui o abraço. O abraço é feito de braços, cheiro, calor, batidas do coração e ternura. Nenhuma inteligência artificial, virtual e de não sei quantos “Gs” conseguiu substituir algo tão simples e complexo como o abraço. Por isso, se houvesse um manual, um guia de como sofrer à distância, eu iria lê-lo e com certeza esse seria o primeiro volume. Afinal, com certeza, encontraria esse capitulo lá – Ficando sem o abraço dos amigos, das pessoas e dos amores que foram, ou que ficaram.
O segundo volume trataria com certeza da “bendita” mobilidade. E seu primeiro capítulo seria – Como encarar a mobilidade e suas trapaças. Digo trapaças por que a mobilidade – globalização - do século XX e XXI também não foi capaz de sanar dois problemas básicos causados pela “modernidade” : a desigualdade social e as pandemias. Muito pelo contrário, a globalização impulsionou ainda mais o desenvolvimento destes dois fatores sociais. Os países pobres se tornaram ainda mais dependentes e abandonados e as “doenças” territoriais se tornaram quase que armas de genocídio contra os mais pobres. A pandemia de antes e de hoje nos mostrou isso.
O advento da mobilidade “moderna” levou doenças desconhecidas para as Américas causando a morte de milhões de pessoas. Quinhentos anos depois, a história se repete, e os que morrem não têm o perfil muito diferente daqueles que morreram no passado, são os mesmos “indesejados pela modernidade”. Se não morrem com a doença, morrem com a fome que ela causa.
Portanto, o terceiro volume do guia seria - Como não enlouquecer à distância. Afinal, quando se está longe e aqueles que amamos estão próximo do perigo, apenas a ansiedade se faz presente. A distância nos priva dos momentos positivos de consolo e nos entrega à amargura de ter que digerir tanto caos sozinha.
O Guia "Como sofrer à distância" seria um ótimo modelo de guia em formato E-book, teríamos ele em áudio, na versão infantil e com lápis de cor para a versão de colorir. Penso que esse guia poderia virar um bestseller, e ganhar até um Nobel...
Mas quem se atreveria a escrevê-lo? Quem conseguiria explicar essa dor, tão abstrata e latente… quem diria como são os abraços sem os braços?
Bem enquanto ninguém o escreve…
1. Como manter relacionamentos à distância
2. Como sofrer à distância
3. Como enlouquecer à distância
Eu leria os três sem problemas nenhum!
Com essa globalização que o século XX trouxe, e aqui eu comento sem fazer muitas críticas (por que eu as tenho), nós nos tornamos seres muito mais móveis, podemos viajar e ir para diversos lugares de longos caminhos, mas a forma de amar ainda é das antigas porque amar está conectado com o carinho e o abraço e nada substitui o abraço. O abraço é feito de braços, cheiro, calor, batidas do coração e ternura. Nenhuma inteligência artificial, virtual e de não sei quantos “Gs” conseguiu substituir algo tão simples e complexo como o abraço. Por isso, se houvesse um manual, um guia de como sofrer à distância, eu iria lê-lo e com certeza esse seria o primeiro volume. Afinal, com certeza, encontraria esse capitulo lá – Ficando sem o abraço dos amigos, das pessoas e dos amores que foram, ou que ficaram.
O segundo volume trataria com certeza da “bendita” mobilidade. E seu primeiro capítulo seria – Como encarar a mobilidade e suas trapaças. Digo trapaças por que a mobilidade – globalização - do século XX e XXI também não foi capaz de sanar dois problemas básicos causados pela “modernidade” : a desigualdade social e as pandemias. Muito pelo contrário, a globalização impulsionou ainda mais o desenvolvimento destes dois fatores sociais. Os países pobres se tornaram ainda mais dependentes e abandonados e as “doenças” territoriais se tornaram quase que armas de genocídio contra os mais pobres. A pandemia de antes e de hoje nos mostrou isso.
O advento da mobilidade “moderna” levou doenças desconhecidas para as Américas causando a morte de milhões de pessoas. Quinhentos anos depois, a história se repete, e os que morrem não têm o perfil muito diferente daqueles que morreram no passado, são os mesmos “indesejados pela modernidade”. Se não morrem com a doença, morrem com a fome que ela causa.
Portanto, o terceiro volume do guia seria - Como não enlouquecer à distância. Afinal, quando se está longe e aqueles que amamos estão próximo do perigo, apenas a ansiedade se faz presente. A distância nos priva dos momentos positivos de consolo e nos entrega à amargura de ter que digerir tanto caos sozinha.
O Guia "Como sofrer à distância" seria um ótimo modelo de guia em formato E-book, teríamos ele em áudio, na versão infantil e com lápis de cor para a versão de colorir. Penso que esse guia poderia virar um bestseller, e ganhar até um Nobel...
Mas quem se atreveria a escrevê-lo? Quem conseguiria explicar essa dor, tão abstrata e latente… quem diria como são os abraços sem os braços?
Bem enquanto ninguém o escreve…
Date
13.11.2020
Contributor
Minha planta
Rights Holder
Sim
Rights
CC BY-SA 4.0
Língua
pt-pt
License
Nutzung bis 01.04.2031 / 13:28 bestätigt